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quinta-feira, dezembro 16, 2010

Neste sábado: Exposição de Desenho de meus alunos da Poiesis/Oficina Oswald de Andrade

Amigos, convite 2:
Aos que estiverem por aqui no sábado, venham ao espaço de exposição da oficina Oswald de Andrade para a mostra de trabalhos dos arte-educadores que participaram do curso de Formação de Arte-Educadores da instituição Poiesis, onde ministrei a área de desenho.
São mais de vinte pessoas que orientei ao longo deste ano nesta oficina idealizada pela educadora Rosa Iavelberg. Além de desenho, também houve turmas de dança, teatro e música.
Da reflexão sobre a linha expressiva aos momentos com modelo vivo, o curso propôs uma experiência por diversas formas de desenhar em constante movimento de reflexividade sobre cada proposta.
Os belos trabalhos a serem exibidos a partir de sábado são frutos da etapa final do curso em que os arte-educadores se dedicavam a uma proposta pessoal de desenho.
Sou suspeito para elogios, mas confesso aqui meu orgulho e recomendo que venham testemunhar o pensamento gráfico de tantas pessoas talentosas.
Será às 15:30hs, na Rua Três Rios, 363, no Bom Retiro - próximo ao metrô Tiradentes.
Venham!
Beijos a todos,
Chuí

Filosofia Brincante em Porto Alegre - neste sábado!


Amigos,

O livro Filosofia Brincante, que escrevi e desenhei com Marcia Tiburi - só tem me trazido alegrias. Além de já estar na segunda edição em seu segundo mês nas lojas, neste sábado haverá lançamento lá em Porto Alegre, terra de muitos amigos geniais.
Será na Livraria Cultura do Bourbon Shopping Country - Av. túlio de rose, 80 - às 16hs Não poderei estar presente dessa vez por estar cuidando de outro evento (posto mais tarde aqui), mas a querida Marcia Tiburi vai fazer uma oficininha de pensamento com as crianças e vai ser muito brincante.
Acima a colorização de uma página que não entrou na versão final.
Beijos a todos,
Chuí

segunda-feira, novembro 22, 2010

Neste sábado, 11hs - Lançamento de livro Filosofia Brincante!

Amigos,
Neste sábado, dia 27 de novembro às 11 da manhã farei, junto à filósofa Marcia Tiburi, o lançamento de nosso livro infantil, o Filosofia Brincante, na Livraria Cultura de SP – na loja da Record. O livro foi feito por nós em conjunto, desenhos e palavras, buscando o pensamento como aventura divertida e sem idades.
Faremos também o que chamamos de “oficininha de pensamento” com as crianças que aparecerem por lá. Em uma brincadeira de pensar e desenhar, buscaremos fazer o que nossos personagens fazem no livro...
Haverá a mesma oficininha em novas datas em algumas lojas da Livraria Cultura de SP.
A receptividade ao livro está sendo uma maravilha e nem bem chegou nas livrarias já entrou em segunda edição!
Abaixo segue o link para texto e o vídeo que Sérgio Miguez colocou no site da Livraria Cultura:

http://cultura.updateordie.com/2010/11/05/pensar-brincando-brincar-pensando/

E aqui abaixo o link para a Folhinha que publicou um texto e um podcast bem bacana sobre o conteúdo do livro.

http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/829415-filosofia-brincante-mostra-como-pode-ser-divertido-pensar-sobre-voce-e-sobre-o-mundo.shtml

Espero poder vê-los por lá para pensar desenhos conosco!

Beijos a todos,
Chuí

terça-feira, novembro 16, 2010

Evandro Affonso Ferreira - O Van Gogh que cortou minha orelha


"Saiu a biografia de Van Gogh. Lindíssima.
Gostaria, entretanto, que os editores me explicassem
o motivo pelo qual o livro tem apenas uma orelha".
(Evandro Affonso Ferreira in Bombons recheados de cicuta)


A figura do artista pobre, solitário e não reconhecido em sua genialidade se tornou clichê na imagem do pintor Van Gogh. Muitos tolos pensam e declaram isso de si mesmos, como se o mundo lhes devesse a fama e que a injustiça maior da humanidade seria o fato de não serem badalados e endinheirados por seu talento incompreendido, Van Goghs perdidos na liquidez da nova era.

No entanto, até hoje, só conheci um ser que realmente fizesse jus a essa comparação.

Evandro Affonso Ferreira escreve diariamente em caneta BIC pelos cafés do shopping Higienópolis, escreve por necessidade, escreve por transbordamento, por encanto e lucidez. Quase tão boa como sua literatura é a sua companhia (a não ser que você tenha estômago muito delicado).

Nesta quinta, Evandro Affonso Ferreira lançará o livro "Minha Mãe se Matou sem Dizer Adeus", o primeiro de sua trilogia de solidões pela Editora Record. Pediu-me certa vez que lhe fizesse a capa, algo que rapidamente produzi, fácil, pois descobrimos que é disso que se trata sua nova fase: uma literatura Tarja Preta!

Absurdado pela beleza das palavras dessa obra, fiz também um texto para a orelha. No entanto, essa foi cortada por Evandro ao se deparar com o belo texto de Juliano Pessanha, filósofo e estudioso de sua obra. Por ter utilizado a outra orelha, Evandro sentiu-se embaraçado ao falar comigo sobre isso. Mas eu lhe disse:

- Van Gogh cortou sua própria orelha, mas somente eu tenho a honra de ter a orelha cortada pelo Evandro Affonso Ferreira!

Quem não tem medo do lobo mau e da literatura que venha nesta quinta-feira ao lançamento deste livro imenso que tive o privilégio de fazer a capa.
Será às 19hs - até as 22hs - quinta agora, reitero, dia 18 de novembro, na Livraria Cultura da Paulista, loja Record.
É isso, abaixo publico a orelha que o Van Gogh de Higienópolis lisonjeiramente me cortou:


"Minha Mãe se Matou Sem Dizer Adeus

Qualquer pessoa que realmente goste de literatura sabe que um livro não é somente um objeto portador de escrituras. É, sim, um ser que, em meio à sua leitura, irá invariavelmente nos manusear, nos apalpar, nos abraçar, nos riscar, nos rasgar, nos amassar e nos amar antes de completar a sua experiência conosco. É nesta compreensão que Evandro Affonso Ferreira esculpe o livro magoado. Minha Mãe se Matou Sem Dizer Adeus nega a beleza a cada domingo-capítulo. Toda página é um bloco específico de rancor. Toda linha significa uma perda. Toda palavra é dor. Mas dor não faz literatura, a literatura é feita de livros. Todavia, o livro magoado dói. Mais do que em ambientes saudáveis, mais do que em amores bem sucedidos, mais do que em classes abastadas, é na complexidade da decadência que a vida que , ao se dilacerar em derradeiras pétalas, dá seu grito estético mais intenso - recupera a intensidade do parto. E o livro magoado nasceu esferografado em guardanapos. O fato é que - em um mundo em que a glória passa distante, a saúde é finita e o amor é um mito – mesmo que em diferentes medidas e diferentes formas de se relacionar, todas as pessoas reconhecem a perda e a desilusão - assim como o desejo obscuro de abandonar o projeto de felicidade recebido natimorto pela civilização. Evandro faz desta decepção uma anti-canção urbana e, deste abandono dos sonhos, ele concebe seu plano literário. O livro magoado é um amigo íntimo que acabamos de conhecer e, não obstante, está de partida. O estilo de Evandro se delineia de forma difícil de definir. Dispensando artigos e compaixão gramatical, sua escrita é ao mesmo tempo lenta como um náufrago que espera por ninguém agarrado a uma tábua de madeira no meio do oceano, e igualmente veloz, como os últimos movimentos de um sujeito a se afogar nos estendendo a mão a quilômetros de nós. O texto repleto de metáforas jamais nos leva a crer que estamos lendo um poeta. A forma como Evandro anuncia imagens jamais nos tira do chão; ao contrário, mantém nossos pés conectados ao solo qual efeito de um vidro de remédios reaproveitado a outras finalidades. A forma do texto e densidade do sentimento servem para criar uma forma de depressão lírica cuja leitura nos é intrigantemente leve .
Por entre pessoas-posfácio e seres éter, Evandro nos acena a possibilidade da assunção de sua pena capital. Tudo é amargo, corrosivo e virilmente fracassado no livro magoado de Evandro.
Difícil definir se “amiga filósofa” é a entidade que o prende afetivamente ao mundo ou se é exatamente aquela que autoriza o personagem a seguir em seu caminho de racionalidade rumo ao fim. Difícil descobrir se é morte ou apelo por alguns instantes a mais de vida.
Ao lermos Minha Mãe se Matou Sem Dizer Adeus é fácil perder o fôlego. E a impressão que temos é a de que ele está se esgotando para sempre. Ele nos diz “adeus meu poeta não nos veremos nunca mais; sei que você treme, mas não é de medo; eu sim”.
Seria impróprio referir-se a este organismo-texto de forma direta, teórica, técnica. Como buscar compreender a palavra dor ou a palavra mágoa por sua definição no Aurélio. Para entender a dor, é preciso permiti-la. Leia apenas se for capaz.
É sempre domingo; chove chora. O livro magoado abre a trilogia das mágoas de Evandro Affonso Ferreira e eleva por fim o fracasso de vida à categoria de obra de arte".
Fernando Chuí

(imagem: capa do livro de E.A.F. por Fernando Chuí)

sábado, novembro 13, 2010

7 tweets sobre o Amor


I
Quando a liberdade gritou a solidão a solidão gritou o amor e o amor gritou a neurose. E a liberdade se ouviu de novo - mas estava rouca.

II
Certo estado da indiferença é muito próximo da crueldade. Crueldade é o oposto passional do amor. Indiferença é o oposto racional do amor.

III
Saudade fábula: Alice que éramos, reino que dói como se nos colhesse a flor da pele dizendo a vida foi real. Uns dias, jardim.

IV
A claridade ilude porque nos distingue. A escuridão apavora porque nos iguala.

V
Sem qualquer discórdia, é você do lado oposto. Conflito ou equilíbrio. Contrária, cheia de terror, se atrai. Que tipo de coragem é o amor?

VI
Eu achava que era difícil. Mais tarde descobri que era impossível. Então eu vi que não passava de ilusão. Foi quando aconteceu.

VII
O descaso matou o amor. A rotina sufocou, o ciúme esfaqueou, a traição atirou. Ira degolou, cinismo cremou. E lá vai o amor, esse gato aí.

(desenho e haitweets de Chuí)

sexta-feira, novembro 05, 2010

Lançamento do Livro Diálogo/Desenho nesta terça!

Amigos,
Nesta terça, a partir das 19hs, estarei na Livraria Cultura da Paulista - Paulista, 2073, conjunto Nacional - lançando o livro Diálogo/Desenho que fiz com a filósofa Marcia Tiburi em uma troca de correspondências sobre o desenho.
O livro tem como mote o desenho e busca refletir sobre seus conceitos possíveis no mundo atual e as relações sócio-históricas e educacionais que ele - o desenho - estabelece com outras áreas do conhecimento, da cultura e da sociedade.
Daremos um livro ao primeiro twitteiro que aparecer por lá!
E prometo um desenho ao lado do autógrafo a quem tiver lido este post e quiser me pedir...
Será muito bom tê-los por lá desenhando conosco esse momento.
Beijos a todos,
Chuí

domingo, outubro 31, 2010

RockFilosofia IV - Chuí e Dr. Hamer Palhares - Psicodelia, Beatles e Jimi Hendrix

O módulo rockfilosofia da CPFL Cultura se concluiu visceralmente nesta última sexta-feira à noite com o encontro que tive com o psiquiatra e especialista em dependência química Dr. Hamer Palhares discutindo o movimento psicodélico do final dos anos sessenta.

Para tanto, contrapusémos Jimi Hendrix e seu "corpo psicodélico" aos Beatles e sua "psicodelia conceitual". Entre música, declamação de textos e diálogo conceitual, a noite se teceu por quase duas horas. O primeiro texto foi extraído do volume I das Crônicas de Bob Dylan e o último da letra Within or Without you de George Harrison. Os outros dois textos foram especialmente escritos para o encontro pelo Dr. Hamer, assim como as versões que fiz de Little Wing, Castles Made of Sand e Purple Haze - de Hendrix - e I am the Walrus, Strawberry Fields Forever e When I´m Sixty-Four - dos Beatles.

Agradeço à CPFL Cultura, Augusto, Giancarlo, Marta, Barbara, Thiago e todos mais pelo carinho, cuidado e profissionalismo com que nos trataram ao longo do módulo que contou comigo e Marcia Tiburi (curadores), além de Daniel Lins, Nelson Motta e Hamer Palhares, correndo as cidades de Santos, Bauru, Ribeirão Preto, Sorocaba e Campinas. Que maravilha que foi.



Acima, um video com a última parte da performance músico-poético-conceitual. Para ouvir o encontro completo, basta acessar nesta semana o link abaixo:

http://www.cpflcultura.com.br/site/2010/11/05/rock-and-roll-e-as-drogas-psicodelia-beatles-e-jimi-hendrix-%e2%80%93-fernando-chui-e-hamer-palhares-2/

Bjs a todos,

Chuí

sexta-feira, outubro 29, 2010

Hoje, ao vivo! Rock and Roll e as Drogas: Psicodelia, Beatles e Jimi Hendrix – Fernando Chuí e Hamer Palhares

O Rockfilosofia terá nesta noite seu último encontro e será a respeito do movimento psicodélico dos anos sessenta e da relação entre drogas e rock´n´roll.
É difícil imaginar a história do rock sem a sua expressiva ligação com a história das drogas.
No final dos anos sessenta, a experiência lisérgica das drogas estava aliada à invenção de uma cultura de libertação estética e moral.
The Beatles e Jimi Hendrix trouxeram em suas músicas a expressão dessa cultura, e suas obras servirão de motivo para o diálogo acerca do tema entre mim e meu grande amigo e psiquiatra Dr. Hamer Palhares, especialista em dependência química.
Faremos, além do debate, performances unindo música a leituras de textos poéticos de Bob Dylan, Geroge Harrison e do próprio Dr. Hamer.
Hoje, às 19 hs, no site da CPFL Cultura
http://www.cpflcultura.com.br/site/category/aovivo/
Fiz o desenho acima agora, empolgado ao tocar solos hendrixianos...
Bjs a todos,
Chuí

quinta-feira, outubro 21, 2010

Rock Filosofia II - Chuí & Daniel Lins / Sobre Bob Dylan & Gilles Deleuze

Nesta última sexta-feira, dia 15 de outubro, eu e o filósofo-xamã Daniel Lins discutimos sobre Bob Dylan e sua importância iconoclasta no contexto do rock e do comportamento na sociedade pós anos sessenta.
Eu e Lins buscamos reler Dylan por entre música, leitura de textos poéticos e discussão filosóficas.
Até me atrevi a tocar harmônica a la Dylan, instrumento que não sei realmente tocar, mas o fiz em homenagem à atitude do poeta gênio que, a despeito de cantar e tocar sem qualquer virtuosismo, mudou a história da canção mundial.
Lins estabeleceu relações entre o poeta-músico e aspectos da obra de Gilles Deleuze, filósofo que foi seu professor na França por mais de dez anos.
A filosofia de Daniel Lins nos abraça e transforma assim como os mitos e as grandes canções.
Amanhã, dia 22, a filósofa Marcia Tiburi realizará ao vivo pelo site da CPFL Cultura o terceiro encontro do módulo rockfilosofia discutindo com o jornalista e escritor nelson Motta a respeito de Rolling Stones e as filosofias do sagrado.
E no dia 29, o quarto e último encontro do módulo tratará a respeito do tema "Psicodelia, Drogas e Rock´n´Roll: Beatles e Jimmi Hendrix" com o psiquiatra e especialista em dependência química Dr. Hamer Palhares.
Beijos a todos,
Chuí
veja o trecho inicial de Rock Filosofia II

links da gravação completa de Rock Filosofia I e II:

I - Rock´n´Roll, Adolescência e Indústria Cultural: Elvis Presley e Chuck Berry

http://www.cpflcultura.com.br/site/2010/10/21/para-uma-metafisica-do-rock-bob-dylan-e-gilles-deleuze-%e2%80%93-fernando-chui-e-daniel-lins/

II - Por uma metafísica do rock: Bob Dylan e Deleuze

http://www.cpflcultura.com.br/site/2010/10/14/rock-and-roll-%e2%80%93-a-invencao-da-adolescencia-entre-a-industria-e-a-angustia-cultural-chuck-berry-e-elvis-presley-%e2%80%93-marcia-tiburi-e-fernando-chui-2/


segunda-feira, outubro 11, 2010

Rock Filosofia I - Rock´n´Roll - A Invenção da Adolescência entre a Indústria e a Angústia Cultural

Rock Filosofia I:
Rock´n´Roll - A Invenção da Adolescência entre a Indústria e a Angústia Cultural - Chuck Berry e Elvis Presley

Eu e a filósofa Marcia Tiburi temos realizado neste ano a curadoria do módulo Rock Filosofia da CPFL Cultura, série de encontros "filosófico-musicais" que pretende discutir aspectos da história do Rock e suas possíveis relações com os valores da sociedade nos últimos 60 anos.
Ao longo do ano, realizamos encontros nas sedes da CPFL de Santos, Sorocaba, Ribeirão Preto e Bauru, trazendo temas como início do Rock´n´Roll, Psicodelia, Adolescência, Indústria Cultural, cultura das drogas e dependência química, melancolia, entre outros tópicos.
Além de mim e Marcia Tiburi, também fazem parte da série o filósofo Daniel lins, o jornalista e escritor Nelson Motta e o psiquiatra Hamer Palhares.
Na última sexta, realizamos a gravação no espaço CPFL de Campinas do encontro com o tema inicial discutindo o início do rock nos anos cinquenta e a relação com a indústria cultural e a adolescência.
Foi um encontro muito especial, com música, conceito e papo bom demais.
O video na íntegra pode ser visto nesta semana no site da CPFL Cultura, eis o link:

http://www.cpflcultura.com.br/site/category/aovivo/

O encontro foi transmitido ao vivo pelo site e me convenci de que preciso mesmo me conectar em breve ao twitter...
Na próxima sexta-feira às 19 hs encontrarei o filósofo Daniel Lins para discutirmos Bob Dylan e Deleuze. Que maravilha que vai ser!
Beijos a todos,
Chuí



Veja aqui trechos de Rock Filosofia I

quarta-feira, setembro 15, 2010

The Mambo Django - Quinta-feira, 16 de Setembro

Amanhã de novo!
É lá, no Syndikat Jazz Club, versões de canções de diversas etnias dos anos 30 e 40. Músicas norte-americanas, brasileiras, francesas, cubanas, alemãs e russas em nossas vestimentas de blues e jazz cigano - Eu e Guapponi em vozes, violões e gaita.
Nosso estimado Guimets vem para a segunda sessão!
22hs!
Beijos a todos,
Chuí

domingo, agosto 22, 2010

The Mambo Django - Quinta-feira, 26 de agosto



Nesta quinta, no Syndikat Jazz Club, versões de canções de diversas etnias dos anos 30 e 40.
Músicas norte-americanas, brasileiras, cubanas, alemãs e russas em nossas vestimentas de blues e jazz cigano - Eu e Guapponi em vozes, violões e gaita. Será as 22hs, venham!
E acima um outro sketch pra Django collection...
Beijos a todos,
Chuí

domingo, agosto 15, 2010

I e II

"Aquilo tudo lá fora é o mundo real.
Isso aqui ó, isso aqui é ficção."
(L. C. Menezes, apontando para nossa roda,
no restaurante Degas)

I

- Meu nome é acaso – sou seu prestidigitador.

Toda vez que aparece mágica pela vida
Temos a tendência de abolir o acaso.
No entanto o acaso é uma oferenda
que você pode receber generosamente
ou negá-lo imperativamente.

O mistério invade a alma
sem se importar com o nome de sua rosa.

Você finge não ouvi-lo dizer;
A mágica não deixa de ser bela
só porque você não sabe dar um nome
àquilo que você nem sabe se crê.

O acaso juntou vocês dois em um só.

Mas ninguém o acusaria jamais
de por fim tê-los separado.

II

O mundo está dado para nós lá fora.
Porém não devemos cometer o erro de achar
que a vida é o mesmo que o mundo.
Não. O mundo é um fato.
Mas a vida, essa é realmente uma questão de ficção.
A capacidade de se inventar vida.

Existem somente duas vidas para nós.
A vida que nós vemos
e aquela que não somos capazes de ver.
Elas podem nos coabitar, mudar de tempos em tempos.
A vida que não vemos
é a mágoa da vida que ontem fomos capazes de ver.
Ver é revelar, não ver é esconder.
Tolice ocultar do mundo nossa pintura.

Mostre-me alguém infeliz
E lhe mostrarei alguém sem imaginação.


(texto e desenho de Chuí)

segunda-feira, julho 26, 2010

The Mambo Django - De Volta nesta Quarta!


Amigos,
Andei, por conta de mil razões pessoais e profissionais, ausente por um tempo deste espaço meu tão querido.
Mas queria compensar, olhem só: nesta quarta, recuperaremos o fôlego cigano-jazzístico e eu e meu comparsa Guapponi estaremos de volta ao Syndikat para mais uma sessão de canções dos anos 30 e 40 em voz, violões e gaita.
E novos posts em breve, promessa e dívida!
Beijos a todos,
Chuí

domingo, abril 11, 2010

Máscara


Preciso urgentemente de uma máscara.
Gosto de acreditar que sou feito do discurso que aprendi a ostentar.
Preciso urgentemente de uma máscara que seja bela, simpática e verdadeira. Tipo africana.
Gosto de acreditar que sou mais minha coragem que minha covardia.
Preciso urgentemente de uma máscara que saiba sorrir para os estranhos. Tipo carnavalesca.
Penso que sou menos meu corpo e mais minha alma.
Mas somente tenho certeza de que meu corpo existe.

Máscara essa que saiba uivar para a lua. Tipo Pierrot.
Não quero imaginar que sou feito daquilo de que me envergonho.
Preciso urgentemente de uma máscara que se encaixe em mim mais do que meu próprio rosto.
O que você vê em mim é uma pessoa concreta.
Preciso urgentemente de uma máscara.
Fé, discurso, vergonha, ideais. São todas palavras abstratas.
São somente palavras que revelam de mim o que ocultam do mundo na mesma medida.

Uma máscara que me faça ser reconhecido
por algo que sou em estado de desejo.


(texto de desenho de Chuí)

terça-feira, março 23, 2010

Três fatores de Revolução Pessoal


Há três fatores capazes de produzir revolução pessoal.

1. uma dor imensa;
2. um amor imenso;
3. a rotina de uma nova casa.

Todavia, devemos ficar alertas ao fato de que

1. uma dor imensa pode surgir de um amor imenso;
2. um amor imenso é feito de movimento e deve temer a rotina;
3. não obstante, uma nova rotina pode por sua vez diluir uma dor imensa.

Pudemos constatar, pois, que

1. uma casa é feita de parcelas desiguais de amor em movimento, dor e rotina;
2. todos desejamos encontrar uma casa;
3. nossa casa inevitavelmente nos espera – do lado de fora.


(texto e desenho de Chuí)

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

A Vida de uma Pessoa


A vida de uma pessoa é uma tese incontestável.
O lugar, o tempo, as transformações;
coragem e resignação, sucessos e fracassos -
a forma que se viveu e que se morreu.
Ninguém contesta uma tese desse calibre.

A vida de uma pessoa é uma obra-prima.
Os amigos, a família, os amores;
tristezas, alegrias, medos e mistérios -
a forma que se viveu e que se morreu.
Toda vida é um romance sem furos narrativos.

Um filósofo ao final de sua vida exclamou:
“Ao olhar para trás, tudo me pareceu
uma história tão bem amarrada,
tão esteticamente coerente e tudo tão alinhado
para que eu viesse fatalmente ao lugar onde eu vim parar.
Mas afinal quem escreveu essa história?”

Toda vida traz uma moral inscrita.
Toda vida conclui obra, uma tese e uma ficção.
Por isso é tão necessário que percebamos
a essência ficcional da vida,
A tese que estamos defendendo.
Deve ser ruim tornar-se porta-estandarte
de uma tese da qual não se goste.
Não existem vidas não escritas. Mas há histórias mal redigidas.
O belo, o triste e o inverossímil
se multiplicam na vida de uma pessoa.
Verdade e pintura se revelam a cada passagem.

A verdade, é preciso escrevê-la bem. Difícil defini-la.
Porém nada se assemelha mais à verdade
do que a vida de uma pessoa.


(texto e desenho de Chuí - clique na imagem para ampliá-la)

sexta-feira, janeiro 29, 2010

O Salto


Existe algo mágico
no momento em que você se lança ao vento
e seu corpo se torna vento
E seus órgãos são menos que vento
E sua mente se esvazia de conceitos
E não há nada além de vôo
E pavor.

É como uma queda livre,
só que sem eixo definido.
Uma rota de gestos novos.
Uma suspensão de efeitos.

Pois a diferença entre se aterrissar em um mundo colorido
e se esborrachar em uma terra árida
não deveria servir para desviar a atenção

da beleza


inevitável




do






salto.



(texto e desenho de Chuí)

domingo, janeiro 17, 2010

Sobre uma forma particular de dor


Quero falar de uma dor. De todas as dores que há essa é a que dói menos; e a mais perigosa. Ela é lenta, mansa, suportável.
Corrói aço feito ácido; Rói cama qual cupim. Faz de si uma estrada longa e do destino uma coisa ruim. Um vestido preto e longo por muitos anos ela costura; tanto bate até que fura.
Você olha para trás e vê tudo que há pra andar de volta caso quisesse se ver livre dela. Você acha que essa dor é vitalícia; porque essa dor é amiga da preguiça.
Prefira as dores agudas; As dores declaradas, inocultas; As dores de corno, as dores de barriga; As dores de pancada, as dores de luto. Mas não essa dor que tem cheiro de roupa de cama velha e gosto de comida estragada. Essa dor que age no escuro.
Ela é socialmente aceitável; não tem glamour. Essa dor é tão patologicamente tolerável que o ilude a ponto de pensar que ela e você não são coisas diferentes.
Mas você não é uma dor, você é uma pessoa; que pode escolher acolhê-la, acarinhá-la, incorporá-la. Até casar-se com ela.
Ou você pode traí-la: declarando, apontando, iluminando-a a ponto de ser impossível negá-la. Até que ela seja vergonhosamente exposta até o seu fim. Dor que é reflexo de nossa própria covardia.
Tire fotos, acenda tochas, ative todos os holofotes.
Pois é ela que perde a força diante da luz.


(texto de desenho de Chuí)

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Ave Negra


Uma ave negra
sobrevoa o seu medo

Mas não se sabe
se é por fim um medo
de que ela desça
ou de que em vão
ela desapareça

Sem que você perceba,
É a sua própria voz
a balbuciar ao céu:

abutre-me, sim?


(poema e desenho de Chuí)